Delegado fala sobre violência em Itabuna

Titular da Delegacia de Homicídios de Itabuna, Marlos Macedo
Ascom

O titular da Delegacia de Homicídios de Itabuna, Marlos Macedo, foi o convidado da reunião semanal do Rotary Club de Itabuna, terça-feira (01.03), para falar sobre a violência que aflige a população. O delegado alertou para a acirrada guerra entre facções criminosas e o surgimento de mais um grupo de bandidos, chamou atenção da sociedade para o desaparelhamento do Conselho Municipal de Segurança e a carência de juízes criminais titulares na cidade.

Para o delegado, o trabalho conjunto das polícias Civil  e Militar de combate ao crime organizado em Itabuna encontra sérios obstáculos, entre eles os entraves com a Justiça. “Como Itabuna não tem juízes criminais titulares, os mandados de segurança e de prisão preventiva não são julgados há meses”, alerta.  Também enfatiza o contingenciamento de verbas para a segurança pública e a omissão do Conselho de Segurança do município.

Nesse sentido, o chefe da Delegacia de Homicídios de Itabuna foi enfático: “A sociedade deve pressionar o poder público municipal para que este conselho seja mais atuante, e clubes de serviço como o Rotary podem ajudar nisso”. Marlos Macedo também advertiu sobre o surgimento de mais uma facção criminosa na cidade (DMP), originada dos bairros Daniel Gomes, Maria Pinheiro e Pedro Jerônimo e para a aliança entre o raio A e o bonde do maluco, de Salvador, que está aparelhando a facção local com armas pesadas.

A ordens para a maioria dos assassinatos registrados em Itabuna, segundo o delegado, são determinadas de dentro do presídio, onde os chefes das facções criminosas têm acesso livre a celulares e redes sociais. “Em todas as cidades onde há presídios, o crime organizado se fortalece, pois não temos uma polícia carcerária e o pessoal que atua nessa área não é qualificado para a função, ganha mal e fica vulnerável às pressões dos bandidos”, enfatiza.